Descrição

Meu nome é Luanna Cabral, descobri dia 09 de Janeiro de 2012 que estou com câncer de mama. Já fiz cirurgia e agora estou fazendo tratamento com quimioterapia. Criei esse blog no intuito de contribuir com as minhas aprendizagens adquiridas durante o tratamento. Sei que não é fácil receber esse diagnóstico mas com bom humor eu tento vencer cada dificuldade que surge. Deus é maravilhoso e com Ele não precisamos temer pois Ele tudo pode. Lucas 1;37: Porque para Deus nada é impossível.

sábado, 1 de dezembro de 2012

Esquizofrenia

   Hoje resolvi ler um pouco sobre esquizofrenia para tentar entender e saber como os familiares devem agir diante de um familiar, amigo ou conhecido que apresente sintomas de esquizofrenia. Bem, encontrei esse texto de uma psicóloga e achei interessante compartilhar com vocês. Até porque cada vez mais os números crescem com pessoas que sofrem de depressão e esquizofrenia.

   Só posso afirmar que a família sofre muito em acompanhar essa oscilação de humor de uma mãe, tia, irmã ou o que seja. É estranho você presenciar uma pessoa que tinha vida "normal" e hoje tem comportamentos que fogem da nossa realidade. Resolvi compartilhar sobre essa matéria no blog porque sei que várias pessoas acompanham o meu blog e muitas podem estar cheias de dúvidas, medos e angústias diante dessa situação.

   Não é fácil para a família, mas busquemos cada vez mais demonstrar o nosso amor, carinho, compreensão e que possamos cuidar sem tentar deixar que esse cuidado se torne superproteção para o portador de esquizofrenia, até porque ele busca a sua autonomia na sociedade e vive em lutas constantes com seus pensamentos. Nem sempre ser crítico ou querer ir contra ao que o esquizofrênico diz é a melhor solução, lembre-se que durante um surto ele está fora de si, pode estar ouvindo vozes e com pensamentos desorganizados. É importante que a família se una e busque ajuda de um psiquiatra para que através de medicações, o portador de esquizofrenia possa ter uma vida melhor e mais estável.

  

Confira a entrevista a respeito da esquizofrenia com a psicóloga Gabriela Sumi (www.evh-clinica.com.br).


Entrevista com psicóloga sobre esquizofrenia
Criasaude: O que é esquizofrenia?
Gabriela Sumi: É uma das principais síndromes psicóticas caracterizada por alucinações e delírios, pensamentos e discurso desorganizados , distanciamento afetivo e disfunções sociais que  influenciam nas habilidades interpessoais e produtivas.
Os pacientes esquizofrênicos sofrem de uma alteração na relação eu-mundo, onde há habitualmente uma interpretação falsa de percepções ou experiências. Seu conteúdo pode incluir uma variedade de temas (persecutórios, referenciais, somáticos, religiosos, ou grandiosos). 
Os delírios persecutórios são mais comuns. A pessoa acredita estar sendo seguida, enganada, espionada ou ridicularizada. As alucinações em qualquer modalidade sensorial também são bastante comuns, principalmente as alucinações auditivas, onde o paciente ouve vozes conhecidas ou desconhecidas dando-lhe comandos.
Outra característica marcante no paciente esquizofrênico é a desorganização do pensamento e do comportamento.  Em alguns casos, os pacientes sentem que seus pensamentos são ouvidos pelos outros ou que são extraídos de sua mente como se fossem roubados. Em casos mais graves a desorganização do pensamento pode levar a repetição de palavras  ou até mesmo ao mutismo.
Em relação à desorganização do comportamento, os pacientes podem ter dificuldade em demonstrar afetividade no contato interpessoal, isolando-se do convívio social.  A sua vontade em realizar atividades tanto em casa como no trabalho também pode ser diminuída, assim como o cuidado consigo mesmo e higiene. Em alguns casos o paciente pode chegar a apresentar movimentos lentificados e dificuldade em realizar movimentos simples.
Quais são as causas da esquizofrenia?
Assim como muitas outras doenças mentais, não há estudos determinantes sobre a causa da esquizofrenia, mas acredita-se que seja a combinação de fatores genéticos e ambientais.
Os fatores ambientais que mais influenciam são aqueles que ocorrem precocemente no desenvolvimento cerebral, como gestação, parto e primeira infância. Os fatores podem ser físicos, como infecções, traumatismos ou psicológicos, como traumas, depressão materna ou perda parental precoce.
Algumas teorias, como a psicanálise, acreditam que a ausência ou deficiência de relações saudáveis no vínculo mãe-bebê, como ausência de gratificação verbal, contato físico e visual na fase oral do desenvolvimento psicológico seria um fator importante na aquisição da esquizofrenia
Fatores sociais também podem propiciar o aparecimento dos primeiros sintomas da doença. Muitos pacientes apresentam os primeiros sintomas após passarem por períodos de estressedepressão ou conflitos.



Esquizofrenia tem cura?
Não. A esquizofrenia é uma doença mental crônica. Seu tratamento visa o controle dos sintomas e a reintegração do paciente na sociedade.
Qual é o tratamento?
O tratamento é realizado através de medicamentos antipsicóticos ou neurolepticos. A maioria dos pacientes precisa utilizar os medicamentos pelo resto da vida, na fase aguda para aliviar os sintomas e no período entre as crises para evitar recaídas. É necessário que o paciente faça um acompanhamento periódico com o médico para regular a dosagem dos medicamentos.
É muito importante que juntamente com o tratamento medicamentoso o paciente faça o acompanhamento psicoterapêutico. Pois muitos sintomas podem persistir após a crise dificultando a sua atuação no meio social e familiar, é ai que o psicólogos como eu entram para contribuir ao tratamento.
O principal objetivo da psicoterapia é restabelecer o contato do paciente com a realidade, dar um sentido a experiência de vida, identificar fatores estressantes, desenvolver a capacidade em identificar e lidar melhor com sensações e sentimentos, autonomia , diminuição do isolamento, apoio e orientação aos familiares que sofrem com a condição do paciente.
Qual deve ser a postura dos familiares com os pacientes esquizofrênicos?
A família sofre influencias significativas a partir dos primeiros sintomas da esquizofrenia em algum membro. Sofrem com o comportamento frio, indiferente e hostil do paciente que é agravado com o preconceito e discriminação da sociedade.
A participação dos familiares no tratamento e reintegração deste paciente é essencial. É muito importante que os familiares busquem informações sobre a doença e principalmente sobre os sintomas para que não façam interpretações errôneas sobre o comportamento do paciente. Atitudes hostis, criticas ou de superproteção prejudicam o paciente. Apoio e compreensão ajudam o paciente a desenvolver uma vida independente e os auxiliam a conviver melhor com a doença.
Em alguns casos é aconselhado aos familiares recorrerem ao acompanhamento psicoterápico.
Todos os esquizofrênicos são violentos?
A maioria dos esquizofrênicos não apresenta comportamento violento ou perigoso, menos de 20% apresentam este tipo de comportamento.
Quando em crise, o paciente pode apresentar comportamentos agressivos, tanto fisicamente quanto verbalmente, pois se sentem ameaçados por seus delírios ou alucinações. É importante lembrar, que os pacientes sentem essa ameaça como sendo real, neste momento é necessário que a família converse de forma tranqüila, sem provocá-lo.
Em casos extremos de agressividade é necessário que o paciente seja contido ou levado para um serviço de saúde para garantir a integridade dos familiares e do próprio paciente.
É possível que um esquizofrênico tenha uma vida normal? Trabalhe, tenha filhos, mantenha uma família, realize atividades corriqueiras como dirigir?
Fora da crise, o esquizofrênico leva uma vida normal, como qualquer outra pessoa. Consegue desempenhar toda e qualquer atividade que uma pessoa sem esquizofrenia realiza como dirigir, trabalhar, cuidar dos filhos e etc. Porém, a grande maioria dos esquizofrênicos possui dificuldades em fazer contatos sociais e devem ser incentivados a participar de atividades em grupos, mas relacionamentos estressantes devem ser evitados.
Nos casos mais controlados de esquizofrenia, o paciente fica longos períodos sem manifestar os sintomas, o importante é não se descuidar neste momento, tanto o paciente como a família, pois aos primeiros sinais de recaída o paciente deve procurar um médico para avaliação.

É muito importante que o paciente cumpra os seus papeis tanto na família quanto na sociedade para que ele desenvolva sua autonomia e sinta-se pertencente à sociedade. 

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